quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A Banalização do Amor

Volto ao registo com que iniciei este blog devido a algumas queixas sobre o que escrevi, mas a verdade é que vejo tantas barbaridades que nem sei sobre o que escrever e acabo por não escrever nada. Peço desculpa.

Dito isto, hoje escrevo indignada com o "Amor" que vemos proclamado nos dias que correm, culpa, em parte, da influência de Hollywood, mas lá chegarei.
Faz-me confusão a facilidade com se dizem aquelas pequenas palavrinhas "Amo-te", "I Love You", quando se está com uma pessoa há pouco tempo, quando ainda se está a conhecer a pessoa com quem se está a partilhar tempo/carinho/confidências. Como se pode amar uma pessoa que não se conhece? Como se pode amar uma imagem e ideia por vezes errada da pessoa? É por isto que muitas das relações não resultam, as pessoas pensam que amam o parceiro quando na realidade amam a ideia que têm dele e quando se apercebem de algumas diferenças entre o real e o imaginário pensam que podem mudar a pessoa real. Amar de verdade é gostar das qualidades e dos "defeitos" (se gostamos deles não os consideramos defeitos, mas esta ideia fica para outra altura) pois ama-se o todo, como ele realmente é. Mas estou a desviar-me do assunto. Esta banalização do "amo-te" faz-me sonhar com o mundo de Hollywood em que só se diz "I love you" quando se sente mesmo o que se diz e quando o facto de se olhar nos olhos da pessoa amada não se consegue esconder os sentimentos que se têm, ou não, em relação a essa pessoa.

De facto, invejo a mentalidade americana (a maioria) em que o sentimento de que falo só é expresso quando existe mesmo. Por outro lado, a divergência entre o Amor e Sexo que se verifica por aquelas bandas e se começa a ver também por estes lados mexe mesmo com a minha cabeça. Entendo que sexo seja uma parte importante na relação, até porque existe a questão de compatibilidade sexual, que não vou abordar por hoje, e porque é também muito satisfatório. No entanto, sexo é um acto de amor, por mais que queiram banaliza-lo, este trata-se da expressão máxima do Amor. Sexo é uma partilha de intimidade, de incertezas, de experiencias, de carinho, prazer, tempo, espaço, emoções, de tudo uma vez que estamos naquele momento a confiar no parceiro. Então como se pode ter sexo num primeiro encontro, num terceiro, quarto, oitavo, ect e só se dizer amo-te ao fim de vários meses de relacionamento? É isto que não percebo na cultura americana. Não sou daquelas pessoas que só apoia o sexo pós-matrimonial, nada disso! Simplesmente acho que o crescente número de divórcios em quase todo o mundo prova que as pessoas encaram as relações de maneira errada e desistem facilmente. E pelo que vejo nos jovens e adolescentes isto só tende a piorar, pois estes mudam de namorado/a "como quem muda de camisa" mas amam-los, fazem sexo com eles e amam-los, e uma semana depois amam os outros! Graças a Deus pelos contraceptivos!

Desculpem, alonguei-me neste post mas é um tema que me confunde e até repulsa, pois vejo muita gente da minha geração a banalizar o sentimento que me é tão querido. AMOR! Não o banalizem!